Fechado
ao público desde agosto do ano passado, o Museu Paulista, mais
conhecido como Museu do Ipiranga, deverá abrir as portas apenas em 2022
(Foto: Marcelo Brandt/G1)
Fechado ao público desde agosto do ano passado, o Museu Paulista, mais
conhecido como Museu do Ipiranga, deverá abrir as portas apenas em 2022,
ano do bicentenário da Independência. O prédio, que é tombado pelas
três esferas do patrimônio histórico, foi construído no século XIX e
passa por uma operação de diagnóstico preventivo em sua estrutura. As
obras de restauro, tanto da fachada como das partes internas, ainda
estão em fase de licitação.
“O edifício monumento, como chamamos o museu, já necessitava de
restauro e modernização há um tempo mais longo, antes mesmo do
fechamento ao público. Isso já vinha sendo planejado há dois ou três
anos. Quando assumi, em 2012, já havia um projeto de melhorias
temporárias para transferir o acervo de reserva técnica [não exibido ao
público] e também obras de acessibilidade”, disse Sheila Walbe Ornstein,
diretora do Museu Paulista.
Arquitetos fazem medidas em sala do Museu do Ipiranga (Foto: Marcelo Brandt/G1)
No dia da Independência, comemorado todo dia 7 de setembro, como neste
domingo, o local receberia até 10 mil pessoas. Mesmo fechado, a
administração do museu oferecerá atividades para quem for ao local e não
saiba que está fechado. A programação começa às 9h e vai até as 17h, na
esplanada na frente do prédio do museu. O Parque da Independência, onde
fica o museu, funciona normalmente e não tem relação com a obra de
restauro.
“Há uma relação afetiva com o museu. Neste domingo, iremos colocar
cartazes explicando detalhes da obra. Daremos uma satisfação ao público.
Ele se comunica muito com a sociedade o tempo todo. Ele já era o mais
visitado país em 1963, antes de ser integrado à administração da USP.
Ficamos tristes com o fechamento, mas estamos confiantes que teremos um
museu melhor”, disse Ornstein.
Saguão principal com andaime e caixas contendo parte do acervo embalado (Foto: Marcelo Brandt/G1)
Segundo ela, a primeira etapa, de diagnósticos de alta especialização
sobre as condições estruturais do prédio do museu já foram concluídas em
janeiro deste ano e os relatórios enviados aos três órgãos de
patrimônio histórico, municipal, estadual e federal, respectivamente.
“As técnicas da construção são pouco conhecidas hoje em dia. Nas
vistorias, vimos problemas nos forros do século XIX, pesados, que se
descolaram da estrutura. Ponderamos que havia riscos de acidentes,
incluindo com visitantes, e antecipamos o fechamento ao público.”
A segunda etapa, de sustentação e consolidação dos forros, está em
andamento. A terceira e última fase será a guarda e proteção do acervo e
restauração das fachadas.
Detalhe dos livros embalados (Foto: Marcelo Brandt/G1)
A diretora do museu explicou que seis imóveis já foram alugados no
Bairro do Ipiranga e estão sendo readequados para receber o acervo do
museu. “Todo o acervo será retirado do museu, menos a pintura do Grito
da Independência, de Pedro Américo, a maquete da cidade de São Paulo
(feita em monobloco de gesso) e as estátuas dos bandeirantes que estão
no saguão central permanecerão no museu.
“Um destes imóveis vai ficar aberto ao público durante a obra. A
biblioteca ainda é aberta apenas para pesquisadores e teremos um espaço
para essas consultas aos livros também”, disse Ornstein.
As obras de restauro, tanto da fachada como das partes internas, ainda estão em fase de licitação (Foto: Marcelo Brandt/G1)
São mais de 150 mil peças no acervo do museu, entre mobiliário, armas,
vestuário, indumentárias, moedas, selos e pinturas da metade do século
XIX até a metade do século XX. “São obras relevantes para a história do
país e o valor delas é incalculável”, afirmou a diretora do museu.
A diretora disse que a obra no museu é necessária por causa dos mais de
“120 anos de movimentação no prédio. Nenhum edifício é estático. Essa
acomodação implicou algumas fissuras, que estão sendo observadas.
Teremos um museu modernizado, com a questão da mobilidade, que é muito
importante, resolvida de uma vez só”.
O
Parque da Independência, onde fica o museu, funciona normalmente e não
tem relação com a obra de restauro (Foto: Marcelo Brandt/G1)
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