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domingo, 16 de julho de 2017

Todos querem passar em um concurso

Todos querem passar em um concurso (Foto: Maycon Nunes)
Raissa aproveita as horas vagas do curso de Pedagogia para se dedicar a disciplinas obrigatórias em concursos da sua área (Foto: Maycon Nunes)
Em um país onde o desemprego atinge mais de 14 milhões de pessoas, garantir um emprego virou motivo de insônia para os universitários. Prestes a pegar o diploma, agora eles têm a preocupação em sair do Ensino Superior e não conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Muitas vezes, a angústia é maior do que conseguir uma boa nota no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Quase terminando um curso de licenciatura em Pedagogia pelo Instituto Federal do Pará (IFPA), a bolsista e animadora de festas Raissa Alves divide o tempo livre entre estágio obrigatório, matérias finais da graduação e estudos para concursos no serviço público. A grana para bancar o cursinho ainda não veio, mas ela já estuda para vagas voltados à área escolar, a sua preferida. “Acredito que, depois da faculdade, vou precisar conseguir um emprego de manhã ou de tarde para poder fazer as aulas à noite”, antecipa a jovem universitária.
Aos 22 anos, ela fez seu primeiro concurso, para o Tribunal de Contas do Município, em 2014, só mesmo como teste. Depois de entrar na graduação, decidiu buscar seleções voltadas somente à sua área. “Ainda quero especialização, mestrado e o TCC está chegando. Então, não penso ainda em tentar outros cargos. Mas já coloquei na cabeça que é a forma que tenho de garantir o futuro”, conta.
Esse mesmo objetivo fez o técnico em Edificações Túlio Cruz, 22 anos, dividir os ritos do último semestre da faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas com um rígido planejamento de estudos envolvendo apostilas, vídeo-aulas e horas a fio resolvendo exercícios preparatórios para provas de concurso público. “O serviço público acaba sendo a única forma de se obter estabilidade financeira, já que praticamente todas as áreas profissionais estão em dificuldades”, justifica ele, que começou a participar de certames há 2 anos. Túlio já fez até cursinho, mas percebeu que rende mais estudando em casa.
DEDICAÇÃO 
Já formado, mas ainda sem emprego, ele se dedica exclusivamente aos estudos, e quando pode acompanha as maratonas de aulas dos cursinhos locais. Os gastos com material, que são altos, ele arca com ajuda da mãe e com “bicos” que faz em sua área, que é a de Informática. Túlio garante cumprir, sem faltas, o esquema de estudos ao qual se propôs. “ Quando trabalhava, sofria para cumprir as horas, mas dava meu jeito. Financeiramente é puxado, devido os preços dos materiais e dos cursinhos de Belém”, admite ele, que mora em Santa Izabel do Pará, distante 40 quilômetros da capital.
Para conquistar o sonho de ser aprovado em um concurso para o cargo de agente da Polícia Federal, o rapaz não estabeleceu prazos. “Estudo continuamente. Hoje, percebo que o conhecimento é cumulativo”, garante. Ele também mantém o otimismo. “A gente estuda, estuda, estuda a mesma coisa, até que uma hora vai dar certo”, diz. Por se submeter a um conteúdo programático extenso, ele não se priva de tentar outras vagas, em áreas administrativas.
"O serviço público acaba sendo a única forma de se obter estabilidade financeira, já que praticamente todas as áreas profissionais estão em dificuldades”, Túlio Cruz, 
analista de sistemas (Foto: Reprodução)
Dez meses depois de formada, só vagas temporárias
A professora Luciana Fernandes, 39 anos, concluiu a graduação em Pedagogia há 10 meses, mas desde bem antes disso já estudava pensando no lançamento de editais para cargos na rede pública de ensino estadual ou municipal. No início deste ano, ela resolveu investir e entrou em um cursinho preparatório, bancado por ela graças ao fato de estar substituindo um outro educador, que está de férias, em uma escola voltada à educação especial. “A intenção é ter estabilidade. Está cada vez mais difícil conseguir um emprego fixo”, reforça. “Não sei realmente quando os editais irão sair, e se eu vou conseguir me manter onde trabalho hoje. Mas o concurso, de uma forma ou de outra, é o foco”, reforça.
Tendência é que disputas fiquem mais competitivas
Com a oferta de emprego caindo, o concurso público virou sinônimo de empregabilidade, sustentabilidade e estabilidade para milhões de pessoas que seguem formadas e até às vezes pós-graduadas, mas sem ter onde trabalhar. Mas o mastercoach de carreiras, Emerson Cartagenes, alerta que conseguir a tão sonhada aprovação pode ser tão difícil quanto ter uma colocação no mercado de trabalho. “É uma opção interessante, com certeza, e com a situação econômica da forma como está, deve ser uma tendência optar pelo emprego público”, confirma. “Mas não é estudando de forma informal e sem comprometimento que se consegue, quanto mais gente procura, mais competitivo se torna esse tipo de seleção. A pessoa tem que se profissionalizar em aprender para passar”, indica.
PREPARE-SE
Confira características citadas pelo coach Emerson Cartagenes, que podem ajudar no processo de preparação para concursos:
- Capacidade de organizar a própria agenda
- Autodisciplina
- Mapear as próprias qualidades, no sentido de aprender mais e melhor
- Preparo técnico, estabilidade emocional e capacidade de síntese 
- Utilizar o tempo de forma inteligente
- Identificar pontos fracos e superá-los, para alavancar resultados
- Dinamizar a maneira de aprender

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