Área do porto de
Vila do Conde, em Barcarena, onde o navio Haidar afundou, em outubro do
ano passado, segue interditada (Foto: Fernando Araújo/Arquivo)
A Associação Brasileira dos Exportadores de Bovinos e Bubalinos (ABEBB) vai entrar na Justiça contra os responsáveis pelo naufrágio do navio Haidar, ocorrido há mais de 4 meses, no porto de Vila do Conde,
em Barcarena, com 5 mil bois. O objetivo é ressarcir as em presas
associadas à entidade pelos prejuízos causados pelo acidente, que
praticamente paralisou o setor.
Adriano Caruso, presidente da ABEBB: “O Governo do Pará não tomou atitudes contra os verdadeiros culpados”
Associação Brasileira dos Exportadores de Bovinos e Bubalinos quer punir culpados pelo acidente do navio Haidar. E critica a postura do Governo do Pará. (Foto: Divulgação)
Associação Brasileira dos Exportadores de Bovinos e Bubalinos quer punir culpados pelo acidente do navio Haidar. E critica a postura do Governo do Pará. (Foto: Divulgação)
Adriano Caruso, presidente da
associação, ressalta que, desde o naufrágio do navio de bandeira
libanesa, uma das empresas associadas à ABEBB vem tendo prejuízos. “A
firma estava embarcando para a Jordânia, no período do naufrágio. Ao
saber do ocorrido, o cliente cancelou a encomenda”, diz Caruso. Segundo
ele, a empresa já havia comprado milhares de bois que estavam no
estabelecimento Pré-Embarque (EPE), com gastos de alimentação,
transporte e manejo. Estima-se que o prejuízo apenas dessa empresa
ultrapasse os R$ 6 milhões.
Caruso destaca que a responsabilidade
deve ser imputada a quem causou a tragédia e a todos os envolvidos na
operação. Ou seja, as empresas envolvidas em todo o embarque, que,
segundo o presidente da ABEBB, “devem se responsabilizar pela retirada
urgente do navio Haidar do fundo do rio, independentemente das
negociações com a seguradora, dos prejuízos causados às famílias e dos
comerciantes que vivem na região.
Para Caruso, a Companhia Docas do Pará
(CDP) vem fazendo sua parte. Ele declara, ainda, que um naufrágio como o
ocorrido em Vila do Conde nunca ocorreu em nenhum lugar do mundo.
Portanto, não havia como elaborar um plano de contingência específico.
“A posição do ministro dos Portos, Helder Barbalho, também foi correta,
proibindo os embarques das empresas envolvidas no naufrágio, até a
solução do problema. O ministério vem pagando a conta que não é de sua
responsabilidade”, diz.
EQUÍVOCOS
EQUÍVOCOS
Caruso afirma que o Governo liberou o
embarque de 50 mil bois, por meio da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (Semas), sob um argumento equivocado: o de que esse contingente
estaria à espera de embarque. Nova liberação só ocorreria após a
apresentação do plano de contingência. “Isso não existe. Esse número foi
colocado por outra associação, da qual faz parte a exportadora
envolvida no naufrágio. A Semas não se certificou se realmente existiram
esses 50 mil bois”, afirma Caruso.
Para ele, pode ter existido uma manobra para
convencer a secretaria a liberar essa quantidade, para ganhar tempo. O
plano de contingência da CDP, segundo o presidente da ABEBB, não pode
ser elaborado de uma hora para outra. “A Semas errou, ao paralisar as exportações de gado vivo. Trata-se de um projeto mais complexo, que necessita de tempo para ser feito.”
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