Enquanto o País se 
une para combater dengue e zika, o governador corta verbas que seriam 
usadas na luta contra epidemias (Foto: Betina Carcuchinskip) 
                    
Só este ano, o 
Pará já registrou 16 casos de zika. E já são quase 40 episódios 
suspeitos de microcefalia relacionados à doença, no Estado, com duas 
mortes. Os números são da própria Secretaria de Estado de Saúde Pública 
(Sespa). E ainda há os milhares de paraenses que já contraíram dengue. 
Zika, dengue e chikungunya - como todo brasileiro já aprendeu - são 
males causados pelo mosquito Aedes aegypti. A situação é, portanto, 
muito grave. O governador do Pará, porém, não parece muito preocupado 
com os dados da sua Secretaria de Saúde.
Terrenos abandonados são focos do Aedes. E Jatene ainda cortou verbas de combate ao problema. (Foto: Fernando Araújo)
No ano passado, Simão Jatene aplicou 
um corte de 7% nas verbas destinadas ao combate de epidemias no Estado. 
Tecnicamente chamados de “ações de vigilância epidemiológica”, esses 
programas incluem, entre outras coisas, campanhas de prevenção a 
enfermidades e combate propriamente dito aos vetores, como o Aedes 
aegypti, o maior perigo para a saúde do brasileiro atualmente. 
Todos os especialistas são unânimes 
num ponto que parece óbvio, mas que, pelo visto, não causa preocupação 
ao governador do Pará: cortar investimentos no combate a doenças 
favorecerá o aumento do número de pessoas infectadas. Em entrevista ao 
jornal Folha de S. Paulo, o infectologista Kleber Luz, diretor da 
Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, afirmou que “a redução da 
vigilância pode ser responsável pelo aumento da incidência de casos de 
dengue, zika e chikungunya”. 
BONS EXEMPLOS
BONS EXEMPLOS
Em sentido contrário ao de Jatene, 
outros governadores, atentos à gravidade do cenário atual, aumentaram as
 verbas de combate à dengue, zika e chikungunya em seus Estados. De todo
 o Brasil, o Estado que registrou maior aumento de investimentos na luta
 contra epidemias foi Goiás, com acréscimo de 38% no orçamento. Minas 
Gerais (6%) e Rio de Janeiro (5%) também optaram por gastar mais com saúde. 
Para deixar Jatene ainda mais em 
dívida para com o povo do Pará, até Estados do Norte elevaram suas 
verbas de combate a epidemias. No Acre, por exemplo, o aumento nesse 
orçamento foi de 23%. A mesma atitude tiveram Roraima e Amazonas, com 
acréscimo de 15% e 3%, respectivamente. Nosso governador, para o 
desespero da população, tem outras prioridades, como torrar dinheiro 
público com publicidade, setor que consumiu R$ 216 milhões dos cofres 
do Estado, nos últimos 5 anos.
SEM RESPOSTA
Procurada pela reportagem do DIÁRIO, a 
Secretaria de Estado de Saúde não se pronunciou sobre a redução nas 
verbas de combate a epidemias no Pará.
Nenhum comentário:
Postar um comentário